sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pra não dizer que não falei de flores...

Estou estudando francês em dois locais diferentes aqui em Kourou. Um funciona numa associação, com valor simbólico para mensalidades, os alunos, na grande maioria, são imigrantes da Guiana(inglesa) e Suriname. Todo final de aula, sinto um certo alívio de não estar mais naquela sala. Me angustia bastante tomar parte da realidade sofrida dessas pessoas. São jovens e pessoas de meia idade, na verdade fica difícil acertar na idade real pelo desgaste físico que o sofrimento causa, fugitivos da pobreza e da dor. Tento imaginar os caminhos que percorreram para chegarem até aqui. Muitos são analfabetos, falam apenas dialetos, nem espanhol, holandês, inglês ou francês, certamente terão tanta dificuldade para aprender a escrita e leitura do novo idioma que desistirão no meio do caminho. Ficarão renegados aos subempregos e aos baixos salários, talvez mais felizes do que antes, pelo menos terão o direito de existir, mesmo sabendo que não encontrarão muitas flores no caminho...


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