quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Dura realidade

O dia seguinte não pareceu tão ruim. Encerramos com um lindo por do sol na praia. Com areia marrom e água barrenta... Ah! E muitos peixes estranhos, acho que monstrinhos, na água... No terceiro dia em Kourou, acordamos cedo para ir até a Préfecture em Caiena, tinha o problema do visto pra resolver. O setor de estrangeiros no local é deplorável. Como disse meu marido, vimos o pior do terceiro mundo ali. Uma grande fila com imigrantes pobres do Brasil, Haiti, República Dominicana, Suriname e outros países da região. Duas mulheres atendiam protegidas por um vidro, e falavam em microfones. Um a um se seguia e era chamado na fila, expondo sua situação na frente de todos, sem nenhum respeito ou privacidade. Vi pessoas muito pobres, sem opção ou instrução, serem mal tratadas pelas grosseiras e desumanas atendentes. Entendo que para muitos passar por aquilo tudo significava a chance de mudar um pouco suas histórias. Mas é difícil aceitar que aquilo tudo possa ser melhor do que o que viviam antes em seus países de origem. Não sei se terão uma sorte melhor por aqui, ou serão mais explorados e mal tratados. Muitos jovens com sonho de prosperidade nas áreas de garimpo, acabam caindo na armadilha da escravidão. Pelo que percebi, muitos estavam ali com essa finalidade. Até pude ver um sujeito alto, vestido de ouro, com feições nem um pouco amigáveis, vigiando os seus prováveis "empregados". Fiquei chocada com a situação toda. Minha cabeça rodava. Sentia muito pesar por aquelas pessoas, e pelo o que os esperavam ali...
No meu caso, após longa espera, fomos atendidos pela chefe do setor, uma senhora muito simpática e prestativa que se encarregou de nos ligar quando estivesse tudo mais ou menos resolvido...

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Baú